Uma reunião entre juízes eleitorais e membros das forças de segurança do Estado, incluindo Polícia Federal e Exército, ocorrida no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, discutiu como vai ser o esquema de segurança para as eleições municipais de outubro.


Todas as polícias informaram como estão se preparando. A Polícia Federal vai atuar em nove municípios piauienses: Teresina, Floriano, Picos, São Raimundo Nonato, Bom Jesus, Corrente, Parnaíba, Cocal e Esperantina. Os seis primeiros vão ficar sob responsabilidade da superintendência da PF de Teresina, e os três últimos da superintendência da PF em Parnaíba.

Segundo o delegado Alex Raniere, a escolha dos municípios levou em conta a demanda e o fato dessas nove cidades já terem apresentado problemas durante outras eleições. No entanto, novas demandas podem surgir, exigindo que o planejamento seja refeito. “A princípio, serão três delegados em Teresina, dois em Picos, dois em Parnaíba e Luís Correia e um delegado nos demais municípios”, explica.


Alex Raniere destacou ainda a situação de Picos, um município que teve bastante demanda nas eleições de 2012. Por isso, decidiu-se reforçar a segurança agora em 2016, já que em eleições municipais os ânimos ficam mais acirrados. "A principal missão da Polícia Federal é o combate à corrupção eleitoral, Peço aos juízes eleitorais para que não confundam a função da instituição com a da Polícia Militar e da Polícia Civil", completou o delegado. 

Ele admitiu a impossibilidade de alcançar uma das diretrizes que deveriam ser seguidas pela PF, que é criar equipes de investigação específica para crimes eleitorais. “Não haverá essa equipe por falta de efetivo, falta de estrutura para montar um grupo dedicado somente aos crimes eleitorais. Iremos priorizar, mas não podemos garantir a exclusividade”, afirma o delegado.

Exército


O Exército Brasileiro destacou a importância desse planejamento da segurança e fez um apelo aos juízes para que o TRE informe com antecedência os municípios para onde irão as tropas. A medida é importante para evitar os mesmos problemas que ocorreram em eleições passadas, devido à falta de tempo para o planejamento do Exército.

O juiz auxiliar da Corregedoria do TRE, Tiago Brandão, destacou que os juízes eleitorais das comarcas do interior já estão fazendo as solicitações das tropas. Segundo o magistrado, essas demandas são de cidades onde o clima fica mais acirrado com a chegada da eleição. "O TRE ainda faz a solicitação ao Tribunal Superior Eleitoral e só depois é dada autorização para a ida das tropas", explica Brandão.

Apesar da burocracia, o juiz acredita que este ano o Exército poderá se organizar com mais tempo, embora ainda não haja previsão de quais municípios vão receber as tropas.

PRF, Polícia Civil e Militar


O delegado de Polícia Civil Armandino Pinto informou que haverá um reforço de 20 equipes para as eleições municipais, sendo cada uma delas com cinco pessoas, além dos policiais que já atuam no interior do Estado. As 98 zonas eleitorais espalhadas pelo Piauí terão a presença da instituição. "A equipes vão se deslocar na quarta-feira que antecede o pleito", disse o delegado.

Já a Polícia Militar, que faz o trabalho ostensivo e tem a responsabilidade de guardar as urnas eleitorais, destacará um efetivo bem maior. O tenente-coronel Wagner Torres informou que serão 3.858 policiais para fazerem a segurança de 3.523 locais de votação, garantindo pelo menos um policial em cada ponto.


Wagner Torres sugeriu que fosse criado um grupo no whatsapp com os principais membros envolvidos na segurança das eleições. "Juízes, promotores e comandantes. Isso iria agilizar a comunicação", disse o tenente-coronel, que também sugeriu reforço da Polícia Federal em Campo Maior. "Nós já tivemos muitos problema lá na última eleição. E pelo que tenho acompanhado, a rivalidade está grande esse ano também", argumentou Torres.


De acordo com o inspetor Stanley Ferrer, a Polícia Rodoviária Federal vai destinar até 40 policiais exclusivamente para a justiça eleitoral, além de disponibilizar todo o efetivo para situações de emergência.

Por: Nayara Felizardo e Maria Clara Estrêla do Portal O Dia